segunda-feira, 12 de maio de 2008

A era da natação espacial

Traje desenvolvido pela Nasa empurra os limites dos tempos

O australiano Eamon Sullivan quebrou o recorde mundial dos 50 m livres, a prova mais rápida da natação. É disputa decidida na explosão. Alguns atletas nem sequer respiram entre as braçadas. Sullivan percorreu a distância em 21s56 e superou a marca mais antiga da natação, do russo Alexander Popov (21s64, de 2000). A proeza aconteceu no campeonato de Nova Gales do Sul, em Sydney, na Austrália.

Sullivan chamou a atenção pelo traje preto e cinza muito apertado. É o ultratecnológico LZR Racer, da Speedo. A roupa foi desenvolvida com ajuda da Nasa, a agência espacial americana – seu slogan é “a natação entra na era espacial”. Em canais aquáticos e túneis de vento semelhantes aos usados na Fórmula 1, cerca de 400 nadadores e modelos testaram 60 tipos de tecido. O resultado é um maiô muito leve e sem costuras, apenas com um zíper nas costas. Segundo a Speedo, a roupa tem 5% menos atrito do que a usada anteriormente. A velocidade final pode aumentar em 4%.

Maiôs especiais não são novidade na natação, e muitas vezes servem de marketing. Gustavo Borges lembrou, em entrevista ao jornal Lance!, o uso de uma sunga de papel muito fina e apertada nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992. Na véspera dos Jogos de Atenas, em 2000, a Speedo lançou a Fast Skin, uma versão anterior da LZR.

Com o novo traje, três nadadores já quebraram recordes mundiais – Kisty Coventry, do Zimbábue, nos 200 m costas, e a americana Natalie Coughlin nos 100 m costas, além de Sullivan. Um brasileiro também já provou a eficiência da roupa. No sábado passado, César Cielo melhorou seu próprio recorde sul-americano nos 100 m livres, durante o Grand Prix de Columbia, nos Estados Unidos. A roupa deverá ser usada em larga escala nos Jogos de Pequim – inclusive pelo americano Michael Phelps, o maior nadador da atualidade.



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